Formação Clínica Sistêmica: teoria e prática
O Instituto Humanitas está de casa nova, e oferece a você uma nova “morada”. Para habitar nesse novo espaço, resolvemos assumir novas propostas de atuação clínica. Desta forma, temos nos renovado cada dia mais com práticas terapêuticas pós-modernas. Historicamente, fazíamos atendimentos e instrumentalizávamos nossos alunos com atendimentos clínicos com o uso de espelho uni direcional. Era um formato de atendimento cujo aluno atendia os casos clínicos ou observava enquanto membro da equipe atrás do espelho e, apenas no final do atendimento, sem a participação dos clientes, o grupo organizava algumas ideias que compunham uma devolução para os clientes.
A grande novidade que passamos a adotar permanentemente, baseadas nas práticas terapêuticas pós-modernas, acende a luz da sala do espelho e promove uma conversação conjunta entre terapeutas e clientes, que finalmente podem assistir e se posicionar ao vivo e a cores, com relação as pontuações feitas pelos integrantes da equipe. Fazemos o atendimento clínico com dois terapeutas, clientes e equipe numa única sala. Surpreendentemente, a forma como fazemos o convite aos nossos clientes permite uma adesão muito superior ao que, de início, imaginávamos. Eles se sentem reconhecidos e acolhidos, respeitados enquanto especialistas de suas vidas, ávidos por receber nossas contribuições de especialistas do processo terapêutico. O impacto desse novo modelo também beneficia o aluno quando o torna mais responsável diretamente sobre todos os casos dos quais participa durante a formação, participando e promovendo conversações mais igualitárias entre eles, profissionais em formação, e os clientes, contribuindo com uma parceria genuína entre as partes.
A riqueza e a complexidade dos processos reflexivos favorecem diálogos tanto externos quanto internos. Quando trocamos ideias com outras pessoas, estamos em conversações externas e, quando paramos para escutá-las e estabelecemos uma conversação conosco mesmos, estamos em diálogos internos. O coro de vozes contribuintes da equipe também permite aos clientes elegerem aquelas ideias e pontuações que fazem mais sentido para eles.
Também pautados nas práticas narrativas, assumimos uma ética ativista política na terapia. O que isso significa? Enquanto psicólogos clínicos, passamos a questionar as nossas ideologias e não perpetuarmos no setting discursos opressores de raça, classe social e gênero. Como terapeutas, não reproduzimos ideologias defendidas pela classe dominante que diminuem e restringem as possibilidades de vida das minorias sociais. Estamos comprometidos em tornar o contexto terapêutico mais um espaço de combate à invisibilidade social.
O terapeuta é o especialista do processo, estabelece uma conversação dialógica que forneça novas perspectivas para a vida do cliente, abre espaço para novos mundos possíveis, menos pessimistas e mais esperançosos. A depender dos clientes, podemos transitar por modalidades de atuação mais colaborativas ou mais hierárquicas.
O psicoterapeuta adere àquela modalidade que se mostre mais útil ao tratamento. Apresenta uma postura com relação ao diagnóstico que se distancia da linguagem de déficit, busca parcerias com o psiquiatra que acompanha o caso, promove o empoderamento e agenciamento para a autoria do cliente de sua própria vida. Tudo isso nosso aluno aprende na Formação do Humanitas.
Para além disso, somos um Instituto de Formação Sistêmica referência para psicólogos que desejam atuar em psicologia clínica. Uma formação acadêmica em psicologia, imprescindível para qualquer percurso de atuação na área da psicologia, é uma titulação que merece aprimoramento e lapidação quando decidimos atuar na área clínica. As especificidades de um contexto terapêutico são abordadas no nosso treinamento clínico. Um psicoterapeuta precisa ser instrumentalizado de forma responsável e eficiente. Para tal, a nossa formação constrói um percurso de lapidação do aluno em temáticas e circunstâncias fundamentais da clínica, tais como:
-
Mapear um processo terapêutico, desde o encaminhamento até a alta terapêutica;
-
Saber conduzir um primeiro contato telefônico de agendamento para a primeira sessão com o cliente;
-
Investigar a fonte de encaminhamento, a forma como o problema é apresentado, saber quem solicitar para um primeiro encontro;
-
Lidar com os dilemas possíveis quando o psicoterapeuta necessita fazer sessões com parte dos integrantes de uma família: alianças, segredos, etc.;
-
Manejar dilemas pessoais do cliente com relação a temas que interditam a evolução do tratamento, embora ainda sejam prematuros de se tratar diante do estado emocional do cliente;
-
Como e quando introduzir os pais no tratamento de adolescentes sem que haja uma fragilidade no vínculo terapêutico;
-
Como e com qual frequência estruturar sessões devolutivas para os pais de uma criança que está em tratamento com o psicólogo clínico?
-
Instrumentalizar o aluno a pensar na confecção dos atendimentos infanto-juvenil concernente as especificidades do desenvolvimento infantil e do adolescente, no uso de recursos lúdicos, nas estratégias terapêuticas p momentos de impasse, e nos fechamentos dos ciclos.
-
Instrumentalizar o aluno nas sessões de devolutiva aos pais e em sessões exclusivas de orientação parental
-
Em casos de uma psicoterapia conjugal, como introduzir um dos cônjuges que não estava em tratamento precedente?
-
Que critérios adotar para estabelecer a frequência das sessões? Quando espaçá-las com intervalos mais longos?
Esperamos ter iluminado um pouco mais a nossa proposta. Qualquer informação adicional você terá em outra etapa de nosso processo seletivo, numa entrevista presencial e individual, com o objetivo de esclarecermos detalhes de nosso trabalho. Assim, você terá oportunidade de saber se o Humanitas pode e deve ser sua mais nova morada.
É um prazer inominável continuar nossa conversa. Estamos à disposição.
Nina Vasconcelos Guimarães
Diretora do Instituto Humanitas