Artigos
A Morte na Vida Contemporânea
Nina Vasconcelos Guimarães
Qualquer vida pode ser atravessada por um acontecimento inesperado que provoca mudanças significativas, uma vez que o mundo presumido é abalado e as pessoas envolvidas são arrebatadas e surpreendidas por uma série de reações - medo, ansiedade, tensão, desespero, raiva, tristeza, etc. A morte é um evento anunciado que nos permite ressignificar quem somos, o que fazemos, para onde desejamos ir e, acima de tudo, nos convida a questionar sobre o significado de nossa existência.
Adolescência: arena de invisibilidade e marginalidade na relação parental
Alana Teixeira, Larissa Lopes e Nina Guimarães
O adolescente emerge socialmente como um acúmulo de desordens e mistérios representados por uma indefinição corporal, antíteses de ideias e emoções polarizadas. Sua voz, ora é grave como a de homem, ora é fina como a de um menino, capaz de gritar ao mundo, ou emudecer sem causa ou por quê. Mais difícil do que entender o adolescente é sê-lo.
HONRA AO CASAMENTO: A dança (des) compassada do “Eu" com o “Nós”
Alana Teixeira
A fábula contada pelo adulto
Se esta fosse uma história de conto de fadas e, como todas as que conhecemos na infância, no período em que nossa criatividade e o mundo lúdico estão a todo vapor, juntamente com uma linda inocência e transparência, certamente ela começaria e terminaria com “Era uma vez…” e “…viveram felizes para sempre.”
Honra aos Princípios da Psicoterapia Sistêmica
Nina Vasconcelos Guimarães.
Os princípios de uma Psicoterapia Sistêmica merecem ser sistematizados para que tenhamos um mapeamento das bases de como se estrutura um processo terapêutico, das etapas que o configuram e das especificidades sobre as quais nos debruçamos para atender a um pedido de terapia. Necessitamos de direcionamentos para conduzir bem um processo terapêutico, desde quando recebemos o encaminhamento até o momento em que percebemos a possibilidade de alta terapêutica. O cliente chega através de uma indicação ou de uma consciência própria, com uma dor e um dilema a ser cuidado e devemos assumir eticamente o percurso que acreditamos ser o mais útil para a terapia.
Honrando Nossos Vínculos: na Construção, na Consolidação e na Partida
Nina Vasconcelos Guimarães
Será que podemos mensurar desde quando estabelecemos vínculos em nossa existência? Terá sido desde o nosso nascimento ou antes disso, quando fomos concebidos? As expectativas sobre o indivíduo, mesmo antes de vir ao mundo, já configuram vinculações possíveis no decorrer de sua existência, no entanto, é na primeira infância, até aproximadamente os quatro anos de idade, que construímos os relacionamentos mais primordiais de nossa constituição identitária, aqueles que influenciarão em nossa trajetória de vida, na escolha de nossas amizades, nossos cônjuges e na criação de nossos filhos.
Infância Segregada, Infância Renarrada
Nina Vasconcelos Guimarães e Ana Verena Galvão
A Terapia Narrativa é constituída por um conjunto de práticas terapêuticas advindas de bases teóricas distintas compartilhadas por Michael White e David Epston nos anos oitentas. Michael White, um dos narrativos mais renomados da área, pode ser considerado um verdadeiro antropólogo terapêutico, que transitou por diferentes áreas de conhecimento e dialogou com diversos interlocutores com os quais se identificava: Gregory Bateson, Michel Foucault, Jacques Derrida, Jerome Bruner, Vygotsky e Barbara Myerhoff, dentre outros. As ideias, ideologias e conceitos por ele desenvolvidos resultaram em uma sólida “bagagem” teórico-prática e em um modelo original de práticas terapêuticas individuais, familiares e comunitárias, que foram disseminadas em diversas áreas do planeta.
Que Futuro Possível Teremos para a Clínica (ou Prática) Sistêmica?
Ana Carolina Cunha Sant’Anna e Sandra Rolemberg.
A construção da prática profissional em Psicologia, no Brasil, é muito recente. Após sua regulamentação em 1962, os psicólogos vêm (re)inventando as formas de atuar, tanto na clínica, quanto em áreas afins. Embora as últimas duas décadas tenham sido marcadas por debates que politizaram os conceitos norteadores da atuação dos psicólogos brasileiros (como, por exemplo, o movimento antimanicomialista e as políticas públicas para a infância e adolescência), o ofício da clínica – campo que, primeiramente, alimentou nossa matriz de identidade – não foi retratado com a mesma veemência. Não obstante, o interior das próprias abordagens psicológicas tem sido solo fértil para discussões acaloradas sobre a posição dos psicólogos clínicos em questões micro e macropolíticas.